Em dezembro, todos vinham para casa abraçar João e Anita. Era quando os móveis e brinquedos de João faziam sentido. Era quando o jardim de Anita ficava mais florido. Aquela inexplicável felicidade de casa cheia. Pais, filhos, netos e algum bisneto. Novena de natal, comidas, histórias e estórias, as de sempre. Tudo tão igual ao ano anterior, tudo tão sincero. Dezembro terminava num domingo de manhã, depois do natal, com as despedias debaixo do pé-de-laranja velho.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
João, Anita e Dezembros
Em dezembro, todos vinham para casa abraçar João e Anita. Era quando os móveis e brinquedos de João faziam sentido. Era quando o jardim de Anita ficava mais florido. Aquela inexplicável felicidade de casa cheia. Pais, filhos, netos e algum bisneto. Novena de natal, comidas, histórias e estórias, as de sempre. Tudo tão igual ao ano anterior, tudo tão sincero. Dezembro terminava num domingo de manhã, depois do natal, com as despedias debaixo do pé-de-laranja velho.
domingo, 10 de outubro de 2010
EU, QUE SÓ QUERIA COMPRAR UM VINHO
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Metáfora perfeita para o esquecimento Buzet-Sur-Tarn [21/05/10] |
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
2010: o ano da dupla primavera
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Tulipas nos jardins de Notre Dame. Paris, abril de 2010 |
terça-feira, 7 de setembro de 2010
ARREBOL
Revoada de Concrizes, será que vai chover? |
Fogão da Nice, feijão e galinha d'angola |
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Um dia você acorda no meio de uma megalópole...
segunda-feira, 24 de maio de 2010
UMA TEMPORADA NO INFERNO

terça-feira, 16 de março de 2010
ENCRUZILHADA
O esforço é grande e o homem é pequeno.
[Fernando Pessoa]
Não há como escapar, dado que somos seres de infinitas possibilidades, nossa vida nada mais é do que o resultado de nossas consecutivas escolhas. São as opções que nos matam. Há quem perca horas escolhendo a roupa para sair de casa. Na bolsa de valores, há quem decida o destino de milhões de dólares em segundos. E ainda há a noiva indecisa na hora do “sim”, já no altar; o goleiro, diante do pênalti; o suicida, no alto da ponte; o enxadrista, posto em cheque pelo computador; ou mesmo o santo, convidado a negar sua fé ante o carrasco.
Das mais simples às mais complexas, toda escolha tem o poder de mudar a nossa vida. Talvez o mais triste seja saber que ao termo de uma escolha, todas as outras possibilidades relacionadas a ela, cessem naquele instante. Talvez essas possibilidades ressuscitem nalgum momento futuro, mas o momento da escolha é o momento da morte de todas as possibilidades não escolhidas. Por isso vivemos um eterno luto pela morte da vida que não tivemos.
Todo dia me arrependo de centenas de escolhas que fiz. Não sou hipócrita a ponto de afirmar que, ao rever a minha vida, faria tudo igual de novo. Se pudesse mudaria um monte de coisas das quais não me orgulho de ter feito, participado ou escolhido sem a devida reflexão necessária. Eis o ponto, refletir sobre as escolhas é fundamental. A reflexão não garante sucesso ante uma escolha, porém garante a dignidade de no futuro, mesmo ante uma escolha incorrigivelmente desastrosa, imaginar que, naquele instante da peleja, ela era a mais plausível entre todas as outras.
Hoje estou numa encruzilhada. Como todo mundo um dia já esteve, como todo mundo um dia vai estar. Só queria um pouco da coragem daqueles navegadores ibéricos que, sob as bandeiras de Portugal e Espanha, escolheram enfrentar os temidos monstros e abismos de além-mar. A humanidade aprendeu com eles que uma atitude corajosa pode receber a recompensa de um Mundo Novo. Hoje preciso da sorte de um Cristovão Colombo, que errou um caminho e achou o eldorado americano; da firmeza de um Fernão de Magalhães, vencedor dos mais sangrentos motins; e da sagacidade de um Diogo Cão, homem que nunca esqueceu de deixar seus marcos onde foi preciso escolher. De todos eles quero a coragem para, a revelia de qualquer escolha, seguir em frente.
Este é o momento de deixar o atual padrão e para adiante navegar. Será?
Fica o poema “Padrão” do homem que escolheu ser poesia, Fernando Pessoa, cantado pelo homem que escolher ser música, Caetano Veloso.
Pax Vobiscum Amices
Até a próxima.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
O PESO NO CORAÇÃO DE J. D. SALINGER
O homem maduro contenta-se em viver humildemente por ela.
***
Holden Caulfield
Holden Caulfield não gosta de praticamente ninguémMas quando gosta é de verdade.Holden Caulfield não é de jogar conversa foraMas sempre quer ter alguém para conversar
Holden Caulfield não nasceu para bajularE se bajula, é porque a pessoa merece
Holden Caulfield mente compulsivamente
Mas só conta mentira quando é necessário
Holden Caulfield é muito mulherengo
Pelo que sei só ama uma mulher
Holden Caulfield não gosta de estudarMas só porque na escola todos são uns chatos
Holden Caulfield adora fumar, beber, e se divertir até tardeMas só porque é menor de idade.Holden Caulfield é um cara meio estranhoMas só aos olhos de quem é “normal”
Holden Caulfield só quer uma cabana na florestaUm emprego num posto de gasolina, porque é só isto que lhe é necessário.Holden Caulfield só quer que todos lhe esqueçamPelos menos por algum tempo.Holden Caulfield só quer serThe Catcher in the Rye, assim como eu
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Pax Vobiscum Amicis
Até a próxima!