Toda segunda a Folha de São Paulo traz um encarte com matérias do New York Times, considerado por muitos o melhor jornal do mundo. Por ideologia, tenho sérias restrições a tudo que vem dos EUA, mas confesso que a leitura semanal do supracitado encarte, vez por outra, traz gratas surpresas. Ainda ontem, um artigo me chamou muito a atenção, “Que bom se a literatura fosse uma zona livre de celular”, do escritor americano Matt Richtel. Em síntese, o autor defende que a literatura e o cinema andam muito questionados pela chamada era digital. Os autores e diretores (principalmente os de obras de suspense) são constantemente postos contra a parede, mediante a as possibilidades de comunicação que estão abertas a seus personagens. Repare, como é possível prender alguém e o manter incomunicável em uma casa mal assombrada em tempos de celular, gps, wireless…?
Havia um tempo em que na literatura, no cinema ou mesmo na vida real, uma hora de atraso num encontro marcado poderia significar uma gama infinita de possibilidades. Hoje, é quase impossível atrasar sem justificativa. Se alguém perde o ônibus que o levaria a algum encontro, logo manda um torpedo avisando que chegará atrasado.
Agora, imagina se Ulisses tivesse um GPS… uma das falas da Odisséia seria: “Alguém se lembra das coordenadas de Ítaca?”, e pronto, fim da história. Tenho certeza que Homero, não permitira a Ulisses ter um desses, ou pelo menos teria quebrado o dele para que a narrativa se desenvolvesse melhor. E mesmo nosso querido Jason (estou falando do Sexta-feira 13 parte 1, 2...) faria para matar tanta gente sem ser percebido por uma câmera de vigilância?
Autores e diretores tem de se adaptar a seu tempo, mas não podem deixar escapar a magia e os prazeres proporcionados pelo mistério e pelo suspense em meio a questionamentos tecnológicos. Na literatura, no cinema e na vida não se tem de justificar tudo, mesmo com toda a tecnologia ninguém está imune de ser surpreendido, seja pela falta de cobertura do celular ou seja por um parágrafo que nos faz refletir por horas e horas.
Pax tecum amicis,
Até a próxima…
PS: a imagem do post é de autoria de Shepard Fairey, baseada na obra “1984” de George Orwell.
terça-feira, 28 de abril de 2009
LITERATURA E CINEMA NOS TEMPOS DO GPS
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nossa ta de parabéns,adorei sei post e comparação que vc fez com o jayson..muito..bom.... sucesso
ResponderExcluirse puder
http://artstag.blogspot.com/
Achei interessante o post, muito mesmo. De fato acho que é preciso ter esse equilíbro entre realidade e ficção, mesmo na cabeça dos críticos e espectadores, que tem que entender estarem diante de uma forma de expressão que pode não ser um retrato fiel da realidade. Escritores, diretores, roteiristas... cada um tem sua visão e, por isso mesmo, sua liberdade.
ResponderExcluirAbraço
Gostei dessa frase(..)mesmo com toda a tecnologia ninguém está imune de ser surpreendido(..) Isto é uma verdade! A evolução tecnológica afeta nossa vida diariamente.É só olharmos a nossa volta e tudo que usamos é tecnologia.
ResponderExcluirBjoss
Bem interessante. Hoje, em um mundo implacável que vivemos, não se permitem mais atrasos ou coisas simples. E concordo com que o Eduardo disse. Não só com um celular, mas com tudo que é tecnológico. Mas fazer algo que nos desconecte disso tudo, de vez em quando, é preciso. Parabéns!!!
ResponderExcluirja havia pensado nisso mesmo
ResponderExcluirtoda vez que vejo filmes (terror, suspense) penso na tecnologia de hje em dia, pq é praticamente impossivel cometer os erros que o povo desses filmes cometem...
Como deve ser dificil ser os criadores desses filmes :S
meus blogs
http://chaotic-br.blogspot.com/
http://papo-de-crente.blogspot.com/
http://ludimara.blogspot.com/
uma amiga minha lê os livros dela por celular,eu particularmente prefiro um livro,mas quem sabe quando os celulares poderem ser dobrados no bolso e quando nos abrissemos eles ficariam do tamanho de um livro xD
ResponderExcluirOlá Adriano!
ResponderExcluirTudo caminha para a evolução, fato.
Entretanto, os 'modernosos' me cansam às vezes com estes 'argumentos digitais'.
Eu acredito que num texto, o autor deve dar uma continuidade nas idéias, fazer com que as coisas tenham sentido, sabe? Por exemplo: Se um autor narra que estava um sol de lascar enquanto a vítima fugia e, logo mais, ele cita que ela chegou ao esconderijo toda molhada pela chuva que caía a semana toda (?), isso sim é digno de ser questionável.
Agora, a ausência de celular, sms e afins, é bobagem!
rs...
De qualquer modo, o artigo foi muito pertinente. E adorei o fato de você tê-lo visto e compartilhado o seu ponto de vista com seus leitores!
Kiso
http://garotapendurada.blogspot.com/
indiscutivel a tecnologia hoje! aoksaokskoaoksa - nao vivemos sem, praticamente vivemos disso!
ResponderExcluirse pudeer: http://brunosass.blogspot.com/
realmente muito bom.oque podemos fazer é esperar novos livros e filmes e ver como os autores e diretores estão trabalhando com toda esta tecnologia.
ResponderExcluirÉ sempre mto bom passar pelo teu Blog.
ResponderExcluirHá sempre um informação mais que interessante. E esse teu último post, ñ é diferente!
^^"
http://adytaness.blogspot.com/
[ Visite-o ]
Registando visita
ResponderExcluirhttp://pensooque.blogspot.com/
acho que eu sou meio ultrapassada.
ResponderExcluirmeu celular é de 2004 e meu computador de logo que saiu o xp. Isso porquê não fui eu quem comprou, se não, nem isso eu teria.
Prefiro um livro do que ler em uma tela.
Se lido da maneira correta, não prejudicará (mais) a minha visão.
As telas de uma maneira ou de outra prejudicam.
que seja, gosto deste blog.
um beijo
http://andnobodyelse.blogspot.com/
muito bom seu texto. Eu na verdade não tenho avesão a nada dos EUA, e acho que ler jonais como esse so me fazem saber mais cedo o que vou saber mais tarde =D
ResponderExcluirvc escreve muito bem . abraços
Hehehe...seu post ficou bem legal e bem-humorado!!^^
ResponderExcluirÉ verdade, essas pessoas que ficam em casas mal-assombradas, nos filmes, não se lembram de ligar para alguém pelo celular ou algo do tipo, né? XD
Mas, se bem que, se fosse assim, não teria a menor graça...rsrsrs
Beijos e parabéns pelo blog!
muito interessante isso
ResponderExcluirconcordo com tudo
Oi Adriano
ResponderExcluirVim agradecer a visita lá no Pequenos Fragmentos...
Respondi ao seu comentario e ao Rogério que postou logo acima de você:
"Quando coloquei a palavra "herói" me lembrei do Pedro Bial chamando aqueles pretensos sucessos de 15 minutos do BBB da mesma forma.
Um pelo outro, melhor o Joaquim Barbosa, não é???
O país anda carente de 'heróis', então, porque não?"
Abços
É verdade! A literatura e o cinema não põem elementos da tecnologia atual em suas histórias...
ResponderExcluirOlá...
ResponderExcluirUm ótimo blog por aqui, e um post muito interessante...
E essa modernidade, que teima em contaminar o passado recente, da arte, da vida toda...
E ainda em tempos de GPS, não largamos o celular, virou extenção dos membros - escrevemos em telas frias e comunicamos no distante MSN...
Abraços
Everaldo Ygor
Ainda não havia pensado nisso. Mas os autores são suficientemente espertos para escapar dessas armadilhas e fazer estórias verossímeis. Abraços e sucesso com o blog!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirmesmo com toda a tecnologia ninguém está imune de ser surpreendido. A cada dia me surpeendo como alguma coisa, principalmente com as novas tecnologias
ResponderExcluirHahaha! Ótima reflexão! Que nem a picaretagem da novela da Globo, A Favorita, com aquele dvd que a maquiavélica Flora apareceia matando num sei lá quem. Até parece que ngm teria feito uma bendita cópia. Nada nada verossímel. Escritores e cineastas vão ter que recorrer aos filmes de época para poderem escapar das tecnologias...
ResponderExcluirA tecnologia nos deu outra forma de viver a vida!
ResponderExcluirAdorei seu blog! parabéns!
Voltarei sempre!
Bye
Gostei do post (: me lembrei do livro 1984 .-.
ResponderExcluirobs.: é fato que todos nós adoramos amelie poulain.
Ei! Bem vindo ao Filosofia de pára-choque! Gostei mto do seu blog tb. Segui-lo-ei ! rs
ResponderExcluirbjs
o gancho para algumas, obras ou o desenvolvimento hoje, incuirá quase sempre uma falha técnológico. da mais popular piada (lembra do padre que não soube usar o gps) e tá obras mais rebuscadas, se bem que essas preferem se voltar a tempos antigos, idade média...
ResponderExcluirmais recente, século passado, George Orwell esteve a frente do seu tempo de tão fiel a ele.
Bellísimo blog. Concordo com você na parte do cinema e literatura... o bom disso são as dificuldades, o telefone que não funciona ou o telefone que não existe e não problemas resolvidos facilmente com a tecnologia... tira totalmente a graça.
ResponderExcluirSe der, visite meu blog. Ficaria honrada.
Obrigado pelo comentário no meu blog. Só uma correção, a Heineken é produzida, no Brasil, pela Femsa ( Kaiser, sol ) enquanto a Ambev concorre com ela usando a Stella Artois. Acho ambas bem superiores as cervejas nacionais, mas como não tomei a Heineken importada não sei até onde que foi essa adaptação, mas realmente deve ter ocorrrido.
ResponderExcluirparabéns pelo blog, continuo vindo e é sempre pertinente...e tem um ritmo perfeito para a reflexão!
ResponderExcluirbj
carmen (caraça)
Talvez os selos não combinem com o layout... mas que você merece alguns você merece!
ResponderExcluirSabe essas coisas obvias mas que você nunca parou pra pensar? É exatamente esse o caso... perdi a conta já de quantas vezes eu assisti filmes de terror e me peguei pensando "que burra! não sabe nem usar o celular" ou algo parecido...
Enfim... muito bacana mesmo! parabens!
Muito interessante seu texto, você escreve muito!!
ResponderExcluirganhou um seguidor (:
valeeeu.
http://semfronteiraas.blogspot.com/
passae depois :D
Verdade cara!
ResponderExcluirO bom nisso tudo é que os filmes não ficam obsoletos e eles têm sempre que adequar à realidade de nossas vidas!
Cara, eu poderia assinar em baixo deste post. (com uma pequeníssima edição. rs)
ResponderExcluirEstá muito bem escrito e traz à tona uma questão interessante abordada no Times.
Ainda bem que o Cinema não está fadado só ao hipe-realismo europeu (francês principalmente) do final da década de 60.
Sempre haverá espaço para generos como fábulas, ficção científica e afins, e, é claro, para criatividade de roteiristas e diretores.
Abç, Leo Pinheiro
A tecnologia tem um avanço rápido e sem fim, eu confesso que nem tinha parado pra pensar o quanto afeta as histórias de um modo geral, mesmo porque os filmes de suspense hoje em dia são os que mais me atraem no cinema..... acho que seu post me fez mal !!!!! he he !!! um abraço
ResponderExcluirhttp://diretodeplutao.blogspot.com/
apesar de estarmos na era digital, tem muitos filmes de suspense q sao bons. 88 minutos foi bom
ResponderExcluirÉ a nova tecnologia que hoje intervém em tudo que há em nossa sociedade.
ResponderExcluirMuito bom texto, eu quando tinha folha lia o new york times, rsrs.
E eu refleti durante um tempo nesse último parágrafo.
ResponderExcluirBlog style, cara. Parabéns, segui.
Olá Adriano!
ResponderExcluirRecebi um selo (memme) e o estou repassando ao seu blog.
Não sei se você já se rendeu a isto, mas como a intenção é repassar a brincadeira para blogs que eu admiro, não pude deixar o 'Banquete' de fora, sabe? rs...
Caso se interesse, visite meu blog, está publicado lá junto com as regras e afins.
Kiso!
Bem, eu sou APAIXONADAAAAA por jornalismo e leio o new york times todos os dias (em versão on line, é claro), mas entendo bem os motivos de algumas pessoas terem sérias restrições quanto ao jornal...
ResponderExcluirmas, enfim, falando do post, eu acho mesmo difícil que em tempos de século XXI e tantas "parafernalhas" eletrônicas o Jason conseguisse matar tantas pessoas sem ser flagrado por alguma câmera de vigilância...
eu também acho que os autores devem se adaptar ao tempo em que nós vivemos sem deixar que se percam as emoções que a gente tinha os filmes pré-"parafernalhas".
beijosss
adorei o blog
¨¨
nooossa! incrível cara! queria te mandar um sinal de fumassa agora pra vc saber neste momento o qto esse texto é bacana, me lembrei do Filme Viagem ao centro da terra, embora seja uma releitura dum livro de Julio Verne, um dos personegen consegue falar com a mãe pelo celular... PUUTS, se ele conseguiu...
ResponderExcluirqdo eu crescer quero ser igual a vc!
fica bacana!
abraços!
muito bom post, realmente com as facilidades de hoje, alguns episódios recorrentes em famosos livros são inimagináveis...
ResponderExcluirmas ainda acho que a literatura e o cinema têm muito ainda o que descobrir!
to com um blog novo, queria a sua opinião sincera...
http://perguntasociosas.blogspot.com/
obrigado, e parabéns!
Gostei mesmo esta rodandos os blogs e achei esse posto mto interessante vou ficar reguente aqui.
ResponderExcluirMais se vc pensar bem, abre mais um leque de arteficios para os autores, por exemplo: se tem uma camera de vigilancia, o "jason" vai ter q matar os guardas q selam por ela, ou apenas se esconder delas, passar como um vulto apimentando a trama, vai depender do ponto de vista mesmo acho que abre as opções de novos contos.
Parabéns pelo post, cara!
ResponderExcluirAdorei o tema abordado. Realmente é uma questão a ser considerada pelos autores, sem que se seja levada muito a sério. Pois, como o próprio texto diz: Nem tudo precisa ser justificado.
Até...
adorei o texto, muito bom! Realmente a tecnologia mudou nossas vidas!
ResponderExcluirimagina se Ulisses tivesse um GPS…
ResponderExcluirrsrsrsrsrsr!!!!!!!
Muito legal o Texto!!!!!
Forte abraço!!!
OI, adorei o blog... sua organização,sua escrita em especial!
ResponderExcluirE isso aí, a vida se moderniza e a arte, q exprime a vida,tem que acompanhá-la!
Ótimo post e ótima reflexão!
ResponderExcluirMuitas vezes os autores são colocados em xeque com questões como essa, mas na cerdade isso é o reflexo de uma era que vive à toda velocidade.. Correndo e não vivendo, não aproveitando os momentos mais simples, não curtindo um simples romance e suspense.
Parabéns pelo Blog.
Ah, Adriano. Você tocou em um ponto primordial da discussão literária: onde anda o romantismo??? Não falo em romantismo no sentido de amor, homemxmulher e tal, e sim no romantismo de ler um livro e se transportar para aquela época, se transportar para o momento em que ele foi escrito, no que o autor viveu e sobreviveu por aquela obra.
ResponderExcluirCito dois exemplos clássicos de obras que te fazem pensar na verdadeira 'forma' de ler um livro, afinal, não é só juntar as letras! São elas:
- 1984, George Orwell - Como não conectar o desespero claustrofóbico do livro com a era BBB que vivemos hoje, 25 anos depois do 'previsto' por Orwell?? Se alguém não consegue fazer isso, esqueça!
- Dom Casmurro, Machado de Assis - Porque cargas d'água o cara vai querer morrer e matar por causa de uma traição em uma época onde ser corno é o de menos?? Se o leitor pensar assim, nunca ira conseguir entender a profundidade de Dom Casmurro, com a agonia de Bentinho e o medo da bela Capitu!
Grande abraço
Érika dos Anjos
http://www.oquartoelemento.com.br
haushsushuas
ResponderExcluirdá hora essa observação .